Fajã

Sou a FAJÃ

Dragoeiro é meu símbolo, verde é minha cor, FAJÃ é o meu nome!!!
Verde da verdura, verde dos tapumes de tenro pasto, verde da esperança do regresso dos meus filhos espalhados por esse mundo fora.
Sou a Fajã, proprietária abastada, terra de festa, enxada, feijão, milho e mandioca, celeiro de São Nicolau.

Começo na encosta do Monte Gordo, com a linda floresta de eucaliptos, passarinhos gorjeando por todos os cantos, flores abrindo por todos os lados. Deslizo no meu vale ziguezagueando do Monte Centinha ao Pico Agudo, do Laranjalinho com os seus recantos remansosos de água recém-nascida ao Risbicho, da Janona à Ladeira d'Frod até me aconchegar ao Topo Vermelho no sopé do maior relevo da ilha.
Sou a Fajã terra de matança de porcos, onde muitos para celebrarem esse acontecimento tiram dois suínos numa volta, um para casa, outro para vizinhos e amigos.

Sou a Fajã, terra de fartura, alegria, raparigas bonitas e rapazes passeadores. Desde que sou Fajã, sou fértil e honrada. Nos tempos que já lá foram, não havia farinha-de-pau de Angola que igualava a farinha-de-pau do Tacho de Bela Sombra, pouco eram os grogues de S.Antão que comparava ao meu Grogue do Lombo da Graça. Porém a mãe natureza não pare, gira o mundo, leva umas, traga outras. Nessa sequência levou-me muitas virtudes e por consequência trouxe-me a Galeria com água fresca e saudável extraída lá das entranhas do Monte Preto e da Pinga.

Sou a Fajã zona verde, sempre mirando o horizonte, abençoando os meus filhos radicados lá do outro lado do mar.

Autor: Toi da Graça Soares